domingo, 3 de fevereiro de 2019

Portugal - Especialidades Gastronómicas Regionais

“Uma composição culinária, característica, inconfundível. Transmite-se por tradição: os estrangeiros não sabem confeccioná-lo, mesmo naturalizados: tendo chegado até nós por processos lentos, e contraprovas de biliões de experimentadores, sucessivamente interessados em o fixar de forma irrepreensível, resulta ser ele sempre uma coisa eminentemente sápida e sadia. Isto o distingue dos pratos “compostos”, quero dizer daquelas mixórdias de comestíveis e temperos, doseados a poder de balança, exclusivamente científicas, nada intuitivas e meramente inventadas.
O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra. 
Em Portugal não há província, distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro, sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime.

 In "À Mesa com Fialho de Almeida"


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

AS TASCAS SECRETAS DE LISBOA

AS TASCAS SECRETAS DE LISBOA
Merendinha do Arco - Rua dos Sapateiros, 230 tlf: 213 425 135 peixe-espada grelhado no carvão, que vem acompanhado de um arroz de feijão reconfortante; bacalhau com grão, guisado de vitela e legumes, bochechas de porco preto, e vinho verde da casa para acompanhar a sua refeição.
Cantinho Lusitano - Rua dos Prazeres, 52 - tlf: 218 065 185 queijos e charcutaria, guisado de caracóis, favas com salada de coentros, bacalhau com grão e muitas outras delícias portuguesas. Para a sobremesa experimente o queijo cottage com doce de abóbora.
Baíuca - Rua São Miguel, 20 Alfama - tlf: 218 867 284 guisado de tamboril e peixe grelhado no carvão
Marisqueira Nunes - Rua Bartolomeu Nunes, 120 - tlf: 213 019 899 lapas e bruxas (uma lagosta que só há, normalmente, na costa dos Açores). Gambas gigantes ao alho é obrigatório, e o arroz de lagosta é também uma boa escolha.
Tasquinha do Lagarto - Rua de Campolide, 273 - Tlf: 213 883 202 - vitela assada com batatas assadas e brócolos, por 13 euros. O outro é arroz de garoupa, por 10 euros. É relativamente barato!
Zé dos Cornos - Beco dos Surradores, 5 - tlf: 218 869 481 - carne e peixe grelhados no carvão, sendo que a recomendação vai para o bacalhau e as costeletas de porco. Mas o que marca mesmo este lugar é a bifana.
Tasca do Vigário - Rua do Vigário, 18 Santo Estevão - tlf: 218 876 534. Fica muito perto do da Feira da Ladra, do Panteão e da bonita Rua dos Remédios. Se chegar lá depois do meio-dia irá encontrar uma multidão, por isso não se atrase! As doses são extremamente generosas e a carne é tenra e saborosa. Tem um cozido à portuguesa estupendo. O preço médio de uma refeição com vinho ronda os oito euros/pessoa.
Varina da Madragoa - Rua das Madres, 34-36 - tlf: 213 965 533 - bacalhau, que vem grelhado na perfeição.
Zé da Mouraria - Rua João do Outeiro, 24 - tlf: 218 865 436 - lulas e batatas numa taça metálica gigante. Uma dose alimenta quatro pessoas. Entrecosto com arroz de feijão, bacalhau assado .


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Leite de aranha


Um estudo da Academia Chinesa de Ciências descobriu que algumas aranhas também produzem fluidos semelhantes ao leite. 

Sempre se acreditou que as aranhas recém-nascidas não se alimentavam até atingirem o tamanho suficiente para caçarem as suas presas mas, após várias experiências, chegou-se à conclusão que várias espécies de aranhas, entre elas a aranha saltadora (Toxeus magnus), produzem e segregam pela barriga uma substância branca similar ao leite dos mamíferos, constituída por gordura e proteínas que é utilizada para alimentar as crias até atingirem a sua própria autonomia (entre 20 a 30 dias). Este "leite de aranha" é mais nutritivo que o leite de vaca, afirmam os cientistas.



sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Os NBU - Novos Bimbos Urbanos


São urbanos. Estão entre os 30 e os 45 anos. Têm cursos superiores. São já tendencialmente dependentes dos smartphones e i-phones e das Redes Sociais. Vivendo num constante vazio, para se sentirem integrados nesta sociedade que se quer global, aderem a modas fáceis, em busca de felicidade efémera que se desfaz como o fumo. São conhecidos como os NBU ou os Novos Bimbos Urbanos.

Uma das modas é o GIN

Gin Sim, aquela bebida que era a dos nossos pais e que era servida com água tónica e, nos sítios mais finos, com uma rodela de limão. Essa bebida que ninguém gostava e que era azeda, está na moda. Nas prateleiras dos hipermercados, onde outrora havia apenas uma marca, a mais rasca,estão agora uma enormidade de diferentes marcas e estilos. A moda do Gin apareceu do nada, mas planeada, encostou as caipirinhas e os mojitos a um canto. Sim, é bom, eu bebo e já dei uma vez 14€ por um gin. Sou estúpido. Um palerma, mesmo. Não há bebida que valha esse dinheiro a não ser pelo marketing, branding e impinging que nos fazem. Fazer um gin não é arte, meus amigos. É misturar cenas lá para dentro e logo se vê. "Ai, o copo tem que estar gelado, tem que se passar as folhinhas de menta nas bordas para aromatizar, meter a tónica numa colherem espiral para não quebrar as bolhinhas frágeis da menina.". Menos, se faz favor. Não estou para estar cinco minutos à espera de um gin, para no fim saber igual aos outros todos, especialmente se for o quinto da noite. Tomem juízo. Assim ainda me fazem perder o engate. O gin conseguiu vencer a barreira da mariquice que muitos homens não se sentem confortáveis em ultrapassar. Antigamente,qualquer bebida doce com fruta lá dentro era para gaja ou designers de interiores. Hoje, uma bebida com bagas e folhinhas é de homem !

A outra é o SUSHI

Não gosto. Sim, já experimentei mais que uma vez. Sim, já experimentei diferentes restaurantes. Sim, já me disseram que é uma questão de hábito. Não gosto e não quero experimentar mais, pode ser? Há sempre um amigo que nos tenta convencer que sushi é a melhor comida do mundo! Que nós só não gostamos porque ainda não experimentámos com os planetas alinhados e vestidos todos de ganga. Metam na cabeça que há pessoas que não gostam de peixe cru! Não devia ser assim algo tão estranho, o estranho é gostar. Antes, a norma era não se gostar, mas agora anda tudo maluquinho com o sushi. É uma falta de respeito para com os nossos antepassados que inventaram o fogo. Não percebo como é que se insiste em comer algo que não se gosta. Se não estivesse na moda, ninguém experimentava dez vezes até gostar. Experimentavam uma, ou duas, como eu, e pronto, não gostam, nunca mais lá vão. Mas, como é fixe comer sushi e dá boas fotos para o Instagram, o pessoal obriga-se a comer até gostar. Dêem lá 50€ por um sushi que eu, com isso, janto a semana toda no Zé Manel, na minha praceta, onde gostei logo à primeira.

Outra moda é o TWERKING

Abanar o rabo de forma sexual e com os calções mais curtos do mercado, dois números abaixo, com a desculpa que é uma dança. Por mim, venham mais modas destas! O twerk está para os homens, como abanar o saco dos bis-coitos está para os cães salivarem. A moda ainda não está muito disseminada por Portugal, que já se sabe que as portuguesas são todas meninas de respeito. Por isso e porque, talvez, não tenham jeito para abanar o pacote, já que o nosso sangue latino anda muito arrefecido pela austeridade. Quando é bem feito, o twerk e as meninas que o fazem, é sem dúvida hipnotizante. Nós, homens, conseguimos estar horas a ver um rabo jeitoso a rebolar-se todo. É genético e diz que faz bem à circulação. No entanto, é uma moda parva, especialmente quando é feito em nome da não objectificação do corpo da mulher. Ridículo, mas continuem a fazê-lo, se faz favor.

E o SWAG

O SWAG é o que a malta jovem chama ao estilo. Implica ter bonés com autocolantes de origem, camisolas de alças, calções curtos a mostrar a esquina do cu, óculos escuros e fumar para a foto. Cores berrantes, gorros com pompons no pico do Verão e leggins com padrões à Joana Vasconcelos. O que mais me irrita no SWAG é quem adere a esse estilo dizer que tem SWAG. É a palavra em si que me irrita. O estilo, em si, não me faz grande confusão, sempre houve modas parvas e cada um veste o que quer, mesmo que pareça que foi vestido por um estilista autista e daltónico. É lá com eles. Metam a calça no fundo do cú amostrar os boxers e vistam roupa artística à vontade. Vocês vestem o que quiserem e eu digo o que me apetecer. Digo, por exemplo, que esse cenário que vocês pensam que bate bué, é pausa que vos faz parecer pintassilgos vestidos de palhaços.

RUNNING

Toda a gente corre, mas já ninguém diz que corre. É muito mais fino dizer "Hoje não vou poder ir ao teu jantar, porque tenho que ir fazer running". Aliás, aqui na Buraca, efectuam-se manobras de fuga em running ! Muito mais fino que dizer que se fugiu a correr dos bandidos. "Ontem fiz mais cinco quilómetros em 53 minutos", partilha-se amiúde no Facebook. Mas quem é que quer saber? O que é que a mim me interessa qual a distância que vocês percorreram a pé, enquanto eu estava sentado ao computador a comer donuts ?! Correram? Efectuaram um running gostoso? Epá, que bom para vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos custou cem euros? Epá, bom para vocês! Não, não me interessa a marca dos vossos ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia também fiz 6 km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me viram a vangloriar-me disso, pois não ?

SUMOS DETOX

Nunca experimentei nenhum, mas até sou gajo para o fazer um dia destes. Um sumo detox no fundo é uma sopa fria. Uma espécie de gaspacho mas com "super-alimentos", que são também eles, por si só, uma moda parva. As mulheres acham que beber sumo detox as vai fazer expelir pelo ânus toda a porcaria que comem durante o dia. " Bem, vou comer dois Big Macs, que mais logo bebo um sumo com chia, brócolos e sementes de girassol tresmalhado do Zimbabwe, mando isto tudo cá para fora ". Os homens bebem às escondidas, tendo medo de ser rotulados como quem tem um piquinho a azedo, como tem a maioria desses sumos. Mais uma vez, nada contra, bebam à vontade, até fazem bem à saúde. O que mais me irrita é o orgulho com que gritam aos sete ventos que acabaram de beber um sumo detox !

Pedro Mira Atento
(motorista de táxi)

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O sinal de mudança de direcção ou pisca-pisca

O sinal de mudança de direcção ou pisca-pisca, esse desconhecido de grande parte dos portugueses.
Ao contrário do que se pensa, uma grande parte dos condutores portugueses desconhece que os automóveis, motos, etc, têm um dispositivo que deve ser activado sempre que se pretende mudar de direcção para que quem circula nas proximidades, seja atrás, ao lado ou à frente, por uma questão de segurança mútua, saibam, atempadamente, que o condutor do veículo vai mudar de direcção e para que lado.
Bem, há também aqueles que sabem que o dispositivo existe mas dá muito trabalho tocar no manípulo....que se lixe a segurança.
Muito curiosos são aqueles que ligam o pisca já depois de iniciarem a curva (mudança de direcção) - que terão estas bestas na cabeça para se limitarem a enfeitar a curva?
E como está na moda dizer-se....isto é transversal - meninos e meninas, velhos e velhas e médios e médias.....é tudo a mesma irracionalidade e estupidez - não têm sequer a noção de que sinalizando a mudança de direcção estão acautelar a segurança de todos mas, em primeiro lugar, a sua própria e de quem viaja no seu veículo.
Há ainda uma outra classe de bestas, as que pensam que ligando o pisca-pisca ganham a prioridade, mas esses.....ficam para outra ocasião !