sexta-feira, 13 de novembro de 2015

FEIRA DA LADRA - LISBOA

Para quem ainda não sabe, o nome da Feira da Ladra em Lisboa não tem nada a ver com ladras ou ladrões, mas sim com a língua árabe. 
De facto a Feira da Ladra remonta ao século XIII (ou mesmo antes), quando a língua árabe era ainda familiar em Lisboa, apesar das barbaridades cometidas pelos cruzados, que a conquistaram aos Mouros. A conquista "cristã" de Lisboa em 1147 foi um desastre para a cidade. Diz-se que o nosso primeiro rei, impotente perante o assalto assassino à população de Lisboa, que vivia civilizada e em comunidade com os cristão arabizados, sofreu por ver que os seus aliados do Norte da Europa, não distinguiam as pessoas, e para eles todos eram infiéis e inimigos, que se deviam matar desapiedadamente. Afonso Henriques queria, sim, a cidade, mas não queria um genocídio. Enfim, entre mortos e feridos, alguns escaparam e a feira passou a ter o seu nome: Feira da Ladra, que realmente quer dizer Feira da Virgem (a Mãe de Jesus), pois "A Virgem" em árabe diz-se "al-aadraa" (العذراء).
Esta palavra, ouve-se repetidamente na "Nursat", o canal televisivo dos Maronitas (Católicos) do Líbano.
A Feira da Ladra teve início no Chão da Feira, ao Castelo, provavelmente em 1272, tendo mais tarde passado para o Rossio. É no ano de 1552 que surge uma primeira notícia da realização da Feira no Rossio, na Estatística Manuscrita de Lisboa. Em 1610 aparece a designação Feira da Ladra numa postura oficial.
A partir de 1823 passa do Rossio para o passeio público junto à Praça da Alegria. Em 1835 instala-se no Campo de Sant'Ana e, por fim, em 1882, instala-se no Campo de Santa Clara, onde ainda permanece.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

O país que existiu durante 800 anos entre Portugal e Espanha

O país que existiu durante 800 anos entre Portugal e Espanha


Couto Misto (em galego: Couto Mixto, em espanhol: Coto Mixto) é uma zona localizada a norte da serra do Larouco, na bacia intermédia do rio Salas, na Galiza (Espanha), na atual província de Ourense, na fronteira norte do actual Concelho de Montalegre, em Portugal.


Muito do que se conhece sobre este território raiano, suas normas, usos e costumes, provém dos relatórios diplomáticos produzidos à época das negociações do Tratado de Lisboa (1864).


O Couto Misto foi um microestado independente de facto encravado entre Espanha e Portugal, com existência entre o século X e 1868. Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa Idade Média ao Castelo da Piconha, posteriormente vinculado à poderosa Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de 27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de Portugal e nem à da Espanha.

Entre os direitos e privilégios deste pequeno território encontravam-se o de asilo para os foragidos da justiça portuguesa ou espanhola, o de não dar soldados nem para um reino nem para o outro, o de isenção de impostos, o de liberdade de comércio (como o sal, objeto de estanco até 1868), a liberdade de culturas como o do tabaco, e outras. Até à assinatura e entrada em vigor do Tratado de Lisboa (1864), cada habitante do Couto escolhia livremente a nacionalidade espanhola ou portuguesa.


A partir do Tratado, os seus domínios passaram para a soberania da Espanha, integrados nos Concelhos de Calvos de Randín (aldeias de Santiago e Rubiás ou Ruivães) e Baltar (aldeia de Meaus ou Meãos). Em contrapartida, passavam para a soberania de Portugal os chamados “povos promíscuos”, até então divididos pela linha da raia, atuais Soutelinho da Raia, Cambedo e Lama de Arcos (Chaves).

O território do Couto Misto ainda incluía uma pequena faixa desabitada que hoje integra o município português de Montalegre. Os habitantes do Couto Misto não se encontravam obrigados a uma ou outra nacionalidade, podendo inclinar-se, dependendo de razões geográficas, familiares ou tradicionais, por uma, por outra, ou por nenhuma.


O momento em que tradicionalmente se exercia essa opção era no dia das bodas: os que optavam por Portugal bebiam um cálice de vinho pela honra e à saúde do rei português, inscrevendo a letra “P”, de Portugal, à porta do domicílio conjugal; aqueles que optavam pela Espanha, brindavam à honra e saúde do rei espanhol, inscrevendo a letra “G”, de Galiza, em seu domicílio. 

A prática foi substituída pela inscrição de outras simbologias, a partir de meados do século XIX, quando as autoridades de ambos os países começaram a questionar os privilégios do Couto. Concretamente, os seus habitantes não estavam obrigados a utilizar documentos de identidade pessoais, não estando sujeitos aos efeitos jurídicos de  uma nacionalidade: eram considerados como “mistos”.



Como território independente de facto, os habitantes do Couto Misto detinham vários privilégios, como a isenção de serviço militar e de impostos, e podiam conceder asilo a estrangeiros ou opor-se ao acesso a forças militares estrangeiras.

sábado, 28 de março de 2015

A queda do Airbus A320 este mês em França

A queda do Airbus A320 este mês em França
The accident with Germanwings Arbus A320 in France

A reconstituição do acidente do Airbus A 320 da Germanwings, que se despenhou em França, com 150 vítimas, feita através de um simulador European Flight Simulator, permite ver com todo o realismo o voo até ao choque com as montanhas.