“Uma composição
culinária, característica, inconfundível. Transmite-se por tradição: os
estrangeiros não sabem confeccioná-lo, mesmo naturalizados: tendo chegado até
nós por processos lentos, e contraprovas de biliões de experimentadores,
sucessivamente interessados em o fixar de forma irrepreensível, resulta ser ele
sempre uma coisa eminentemente sápida e sadia. Isto o distingue dos pratos
“compostos”, quero dizer daquelas mixórdias de comestíveis e temperos, doseados
a poder de balança, exclusivamente científicas, nada intuitivas e meramente
inventadas.
O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra.
Em Portugal não há província, distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro, sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime.
O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo ido por ele, e quando se deixa a pátria, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que se lembra.
Em Portugal não há província, distrito, terra, que não registe entre os monumentos locais, a especialidade de um petisco raro, sábio, fino, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime.
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