CARROS DE CONCEPÇÃO PORTUGUESA
Foram várias as marcas de automóveis fundadas em Portugal que fabricaram automóveis, praticamente todas desconhecidas da maioria dos portugueses e todas já desaparecidas.
Aqui ficam algumas das marcas e modelos dos automóveis
portugueses mais emblemáticos. No Museu do Automóvel do Caramulo poderá encontrar alguns destes automóveis em exposição.
ALBA
O Alba, que foi desenhado e desenvolvido em Albergaria-a-Velha, na metalúrgica
Alba, em 1952. A carroçaria feita em alumínio, bem ao estilo e gosto italiano da época. O autor deste modelo, desde o motor à carroçaria, foi o Comendador António
Augusto Martins Pereira ((1949-1957).
O Alba foi baseado no chassis de um Fiat C 1100 integrava um motor construído pela metalúrgica, o único motor de concepção e produção inteiramente nacional para um veículo automóvel. O Alba 1500 era um motor bastante moderno para a época: 4 cilindros (quadrados, com diâmetro e curso de 78mm) em linha de 1490cc, bloco e cabeça fundidos em alumínio, dupla árvore de cames à cabeça, duas válvulas por cilindro, duas velas por cilindro com dois distribuidores que foram fabricados propositadamente pela Bosch para o Alba. Alimentado por dois carburadores Solex 36 duplos laterais, atingia cerca de 8.000 rpm, produzindo cerca de 90cv de potência, que permitia ao Alba atingir os 200km/h.
O chassis de longarinas com travessas de reforço, cuja parte traseira foi cortada e invertida, a fim de reduzir o centro de gravidade do veículo. Uma armação tubular foi construída para colocar a carroçaria em alumínio estampado à mão e a suspensão dianteira foi reconstruída de forma a reduzir o peso do conjunto. Foi único motor de concepção e produção inteiramente nacional, até esta data, para um veículo automóvel. O Alba 1500 era um motor bastante moderno para a época: 4 cilindros (quadrados, com diâmetro e curso de 78mm) em linha de 1490cc, bloco e cabeça fundidos em alumínio, dupla árvore de cames à cabeça, duas válvulas por cilindro, duas velas por cilindro com dois distribuidores que foram fabricados propositadamente pela Bosch para o Alba. Alimentado por dois carburadores Solex 36 duplos laterais, chegava às 8.000 rpm, cerca de 90cv de potência, o que permitia ao Alba atingir os 200km/h
Embora tivesse sido concebido para a competição automóvel, o modelo foi homologado pela DGV para uso nas estradas portuguesas. Os ALBA participaram em 42 provas, conquistando 25 pódios e dez vitórias. A Fábrica encerrou em 1961. Foram fabricados apenas quatro automóveis.
DM
DM, acrónimo para Dionisio Mateu, nome do seu criador, foi fundada em 1951. Mateu era catalão, mas, quando criou a DM já vivia há mais de três décadas na cidade do Porto. O DM foi também construído com base num Fiat 1100. As alterações ao motor original, com o polimento e calibramento da cambota, das bielas e dos pistões beneficiaram a perfomance dos DM que, em Maio de 1951, venceram, na sua estreia, duas provas de velocidade, Ao longo dos anos sofreram várias alterações, nomeadamente ao nível da carroçaria. tendo sido utilizadas 7 carroçarias diferentes. A Fábrica encerrou em 1953.
EDFOR
Nos anos 30, Eduardo Ferreirinha, dono da EFI (Eduardo Ferreirinha & Irmão), uma metalúrgica que se dedicava ao fabrico de componentes para automóveis, apresentou, no Salão Automóvel do Porto de 1937, o seu o EDFOR Grand Sport, um elegante roadster de 2 lugares, com um chassis cujo esqueleto era construído numa liga de alumínio fundido, a que se juntava, uma suspensão de molas helicoidais, reguláveis através do interior do carro, além de uma direcção fortemente desmultiplicada, como forma de facilitar a realização de manobras. A carroçaria também não escapou às alterações, fabricada em alumínio, reduzindo imenso o peço do automóvel.
Dotado de um motor V8 da Ford, este motor foi alterado para uma maior performance, com montagem de novos pistões desenhados e produzidos pela EFI. Resultado: uma faixa rotativa mais alta, 3620 cc de cilindrada, e uma potência que subiu para uns expressivos 90cv. Foram construídos 4 exemplares e o sonho terminou com a 2ª Guerra Mundial.
FELCOM
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No início dos anos 30, Eduardo Carvalho, piloto e mecânico português, comprou a Eduardo Ferreirinha um automóvel Turcat-Méry de competição e um Ford Model A. Utilizando o chassis do Turcat-Méry, a que adicionou o motor ( transformado com uma cabeça Miller) e a caixa de velocidades do Ford Model A (um 4 cilindros com 3285cc), construíu uma carroçaria que acoplou ao chassis do Turcat-Méry, surgindo assim o primeiro automóvel português. O carro participou em algumas provas de velocidade mas sempre sem sucesso.
AGB IPA
Em 1955 o Engº João Monteiro Conceição fundou uma sociedade denominada IPAQ - Indústria
Portuguesa de Automóveis “O Quadriciclo” Limitada, destinada à produção de
automóveis que seriam baseados num protótipo,
o “Lusito”, construído pelo Senhor António Gonçalves, de Torres Vedras, mesmo
em frente à empresa Empresa Mineira do Lena, propriedade de Monteiro Conceição,
na E.N.1, em São Jorge.
As suas linhas arredondadas e futuristas, e o facto de ter uma versão coupé de dois lugares ou familiar de quatro lugares fez com que este modelo fosse considerado uma revolução na indústria. O modelo foi apresentado em 1958 e estava equipado com um motor British Anzani de 2 cilindros, com 300cm2 a dois tempos e, aproximadamente, 15cv.
Mecanicamente, os carros foram baseados no Astra inglês, um pequeno veículo comercial equipado com o mesmo motor.
Após uma produção de 5 unidades, o pedido feito para o início da produção em série foi recusado pelo Secretário de Estado da Indústria.
MARLEI
Construído em 1954 pelo mecânico Mário Moreira Leite, um dos mecânicos mais reputados da cidade e da sua época e apresentado na cidade do Porto. com um motor de quatro cilindros com 1588 cm3 e 48 cv de potência, uma caixa de quatro velocidades, e uma velocidade máxima de 160 km/h este carro tinha por base o Opel Olympia Caravan com uma carroçaria em alumínio fabricada completamente de raiz em peça única.
O fim do Marlei (nome adoptado através da contracção do nome do seu criador) acabou ditado, logo a partir do início do projecto, devido a um processo de homologação muito moroso.
MG
CANELAS
Idealizado
e construído pelo Eng.º aeronáutico José Jorge Canelas em 1954, a partir de um MG Midget TC, e
carroçado pelo seu colega António Andrade. ficou para a história do
automobilismo como um dos poucos carros de competição desenvolvidos em Portugal.
Foi construído um novo chassis tubular numa oficina improvisada nos Olivais (Lisboa),
com tubos de aço e molibdénio soldados. O motor era de 4 cilindros, 1500cc, 95cv,
caixa de 4 velocidades e uma velocidade máxima de 195km/h. Competiu em várias
provas nacionais sem resultados de relevo.
OLDA
O piloto Joaquim Correia de Oliveira, autor do projecto e Ângelo Costa, preparador de motores, projectaram em 1954, em Águeda, com origem na expressão “Oliveiras de Águeda”. um automóvel de competição construído sobre um chassis invertido do Fiat 1100 e uma carroçaria original construída na Cidade do Porto, um motor e caixa de velocidades de um Borgward de 4 cilindros, 1493cc, 80cv, com uma velocidade máxima de 165 km/h. Este exemplar único ainda hoje é presença habitual nos eventos de carros clássicos em Portugal.
PORTARO
Hipólito Pires, José Megre e Costa Freitas idealizaram em 1975 um automóvel cujo objectivo era satisfazer as necessidades especificas do consumidor português.
Aproveitando antigas instalações militares em Setúbal da empresa SEMAL, nasceu a marca Portaro (Portugal + Aro), um todo-o-terreno robusto, simples e económico, com base no Aro 240 4x4, um automóvel todo-o-terreno fabricado na Roménia, onde introduziram grandes alterações que constituíram um salto de qualidade em relação aos modelos romenos, nomeadamente motores mais potentes e, sobretudo, mais económicos (motores Daihatsu diesel e Volvo a gasolina).
A empresa, já com o nome FMAT (Fabrica de Máquinas Agrícolas do Tramagal), produziu entre 1976 e 1995 dez mil unidades Portaro (31 versões/modelos), 3 mil das quais exportadas. O Portaro foi amplamente utilizado por bombeiros, autarquias, empresas agrícolas e de construção civil, e alguns modelos foram utilizados também pela Polícia, GNR e exército português,
No âmbito desportivo o Portaro foi a marca portuguesa com maior sucesso em competições internacionais - ganhou o Rally Atlas, em 1982, alcançou o 9º lugar na edição de 1983, do Paris / Dakar e lugares cimeiros no Paris / Agadir, em 1983.
SADO
Projectado e fabricado pelo Grupo Entreposto, entre 1982 e 1985, na fábrica de Setúbal, na sequência do Projeto Ximba, que teve uma duração de três anos - o objectivo era a concepção de um veiculo citadino de dimensões reduzidas a um preço suficientemente competitivo que pudesse cativar o publico português e que através do aumento da incorporação nacional, pudesse fugir ás restrições impostas às importações no sector automóvel. o Sado 550 foi um micro-carro desenhado e fabricado em série, com um sucesso de vendas relativo, tendo sido produzidas apenas 500 unidades, nenhuma delas exportada.
Com motor dianteiro (Daihatsu AB20 - 2 cilindros - 547cc - 29cv) mas com tracção traseira, as suas rodas eram idênticas às de um buggy de campo de golfe, o que lhe dava alguma instabilidade na travagem. Não tinha luxos nem equipamento supérfluo - o espaço era só para duas pessoas e muito pouca bagagem. Tinha 2,4 metros de comprimento, a distância entre eixos era de 1,42 m, com uma altura de 1,49 m. Foram produzidas 5 diferentes versões, todas com o mesmo motor.
UMM
A União Metalo-Mecânica (UMM) é uma empresa metalúrgica e automobilística portuguesa, fundada em 1977, com o propósito de distribuir e fabricar veículos 4x4 para a agricultura, indústria e serviços. O modelo inicial produzido foi o UMM 490 4x4 modelo curto que foi produzido a partir de 1978 até 2004.
O Exército português foi, aliás, dos primeiros clientes a encomendar o modelo Cournil, depois de, em 1977, ter recebido um exemplar para testes, adquirindo um primeiro lote de 245 jipes, 20 dos quais na versão com canhão sem-recuo de 106 mm. Os jipes militares foram usados pelas Forças Armadas portuguesas e da Holanda, Angola, Moçambique, Cabo Verde e até mesmo do Congo. No caso das forças paramilitares, a começar por GNR e Guarda Fiscal, os jipes da UMM chegaram a países como o Zaire e a França.
O jipe UMM conheceu seis tipos carroçaria: Station Wagon, porventura a mais bem sucedida a nível comercial e aquela que, ainda hoje, mais facilmente se encontra nas garagens dos adeptos dos UMM; a Soft Top, com estrutura que permitia tornar o jipe descapotável; a Pick up e o comercial Van; e as variantes de “caixa aberta” – Chassis-cab e Crew-cab -, esta com cabine dupla
As várias versões utilizaram motores de origem Peugeot, 2.3d, 2.5d e 2.5 turbo.
Participou no rally Paris-Dakar em várias edições da década de 80, onde iniciaram e finalizaram todos os cinco UMMs concorrentes, com excelentes histórias pelo percurso.
Foram vendidos 13.276 jipes, dos quais 7778 para o mercado nacional. A Europa e África foram sempre os mercados mais fortes, especialmente a França, Espanha e Angola. Só a França representou um quarto das vendas da UMM.
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