Para quem ainda não sabe, o nome da Feira da Ladra em Lisboa não tem nada a ver com ladras ou ladrões, mas sim com a língua árabe.
De facto a Feira da Ladra remonta ao século XIII (ou mesmo antes), quando a língua árabe era ainda familiar em Lisboa, apesar das barbaridades cometidas pelos cruzados, que a conquistaram aos Mouros. A conquista "cristã" de Lisboa em 1147 foi um desastre para a cidade. Diz-se que o nosso primeiro rei, impotente perante o assalto assassino à população de Lisboa, que vivia civilizada e em comunidade com os cristão arabizados, sofreu por ver que os seus aliados do Norte da Europa, não distinguiam as pessoas, e para eles todos eram infiéis e inimigos, que se deviam matar desapiedadamente. Afonso Henriques queria, sim, a cidade, mas não queria um genocídio. Enfim, entre mortos e feridos, alguns escaparam e a feira passou a ter o seu nome: Feira da Ladra, que realmente quer dizer Feira da Virgem (a Mãe de Jesus), pois "A Virgem" em árabe diz-se "al-aadraa" (العذراء).
Esta palavra, ouve-se repetidamente na "Nursat", o canal televisivo dos Maronitas (Católicos) do Líbano.
A Feira da Ladra teve início no Chão da Feira, ao Castelo, provavelmente em 1272, tendo mais tarde passado para o Rossio. É no ano de 1552 que surge uma primeira notícia da realização da Feira no Rossio, na Estatística Manuscrita de Lisboa. Em 1610 aparece a designação Feira da Ladra numa postura oficial.
A partir de 1823 passa do Rossio para o passeio público junto à Praça da Alegria. Em 1835 instala-se no Campo de Sant'Ana e, por fim, em 1882, instala-se no Campo de Santa Clara, onde ainda permanece.