quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Brinde aos loucos

 


« Um brinde aos loucos, aos desajustados, aos rebeldes, aos criadores de casos. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Pode cita-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los, mas a única coisa que não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana adiante. E enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemo-los como génios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são aquelas que o conseguem mudar. »

(Jack Kerouac)

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

O PRIMEIRO AUTOMÓVEL A MOTOR EM PORTUGAL


O PRIMEIRO AUTOMÓVEL A MOTOR EM PORTUGAL 
PANHARD & LEVASSOR, 1895 
CILINDRADA: 1324 CC
VELOCIDADE MÁXIMA: 20 KM/H
ORIGEM: FRANÇA 


No dia 11 de Outubro de 1895, há 126 anos, pelas 5 horas da tarde, chegou a Santiago do Cacém o primeiro automóvel a circular em Portugal, uma viatura Panhard-Levassor, importada de Paris por D. Jorge de Avillez, 4.º Conde de Avilez, um jovem aristocrata daquela vila alentejana. Tratava-se de um carro com uma arquitectura que se viria a tornar clássica, com tracção traseira e com o motor dianteiro longitudinal de dois cilindros em V, um V2 com 1324 cc.

O veículo havia chegado ao porto de Lisboa uns dias antes, tendo sido objecto de grande curiosidade. Todos queriam saber que maquineta era aquela! As peripécias continuaram na alfândega de Lisboa, pois houve necessidade de decidir qual a taxa a aplicar, já que se tratava da primeira importação de um automóvel com motor a combustão. Hesitaram entre máquina agrícola ou máquina movida a vapor e acabaram por se decidir por esta últimaDepois da montagem dos vários componentes numa oficina de carruagens da baixa lisboeta e da colocação em marcha do seu motor de explosão, o Panhard & Levassor iniciou a sua primeira viagem em Portugal, que havia de demorar três dias, em direcção a Santiago do Cacém, a uma velocidade máxima de 15 km por hora

Foi uma viagem dura e atribulada, pois as estradas da época nada tinham a ver com as dos dias de hoje, eram de terra batida, cheias de altos e baixos.  O carro tinha rodas de madeira e aros de ferro, e atingia uma velocidade máxima da ordem dos 15 km/h. Durante o trajecto, à chegada a Palmela, ocorreu o primeiro acidente de viação em Portugal, tendo como vítima um burro. O pobre animal encontrava-se na estrada a fazer o seu trabalho de carga, habitual na época e o automóvel, embalado na descida, só parou quando embateu no burro. Dizem que o automóvel não travou, apenas abrandou, tendo sido o animal a deter o carro, que não sofreu quaisquer danos, ao contrário do burro, cuja morte obrigou ao pagamento de uma indemnização de dezoito mil reis (o triplo do valor de um burro à época).

Posteriormente e porque na época não havia estações de serviço para abastecimento, o proprietário da viatura resolveu atestar o depósito com petróleo de iluminação, em vez da benzina que devia utilizar, o que fez com que o motor não voltasse a pegar, tendo sido necessária uma limpeza do depósito e do motor, para que a máquina voltasse a funcionar. 

O veículo pioneiro é propriedade do automóvel Clube de Portugal e encontra-se exposto no Museu dos Transportes e Comunicações, no Porto. (foto abaixo)



sexta-feira, 9 de julho de 2021

AS MARCAS DE AUTOMÓVEL MAIS FIÁVEIS

AS MARCAS DE AUTOMÓVEL MAIS FIÁVEIS
 
 A MELHOR 


A conceituada empresa de estudos de mercado J. D. Power divulgou os resultados do seu mais recente inquérito anual (2020) sobre a satisfação dos utilizadores com os seus automóveis, realizado na Alemanha, o maior mercado europeu. Designado VDS (Vehicle Dependability Study - Estudo de Confiança em Veículos), os proprietários foram questionados sobre a qualidade e fiabilidade dos seus automóveis ao final do terceiro ano de utilização.

Dentro do lote de marcas, a KIA foi quem se destacou como aquela com maior índice de fiabilidade - foram avaliados 71 modelos de 24 fabricantes. Destas, a KIA foi a única a conseguir uma classificação abaixo de 100 pontos, enquanto a média geral foi de 151. 

Logo atrás da KIA surgem Hyundai e Toyota, a fechar o pódio, seguidos, por ordem decrescente,  pela Audi, Honda, Mitsubishi Subaru e Dacia e, num patamar inferior, a Jaguar, Mercedes-Benz, BMW, Nissan, Citroen, Peugeot, Skoda, Suzuki, Volvo, Volkswagen e Opel. As marcas com pior classificação no inquérito foram a Renault, Fiat, Alfa Romeo, Dodge e SsangYong.

 A PIOR 





quarta-feira, 16 de junho de 2021

BARDAMERDA PARA QUEM NÃO TEM TEMPO

 


BARDAMERDA PARA QUEM NÃO TEM TEMPO

Nós temos tempo sim. Pare de mentir, pare de inventar desculpas. O tempo é mera questão de vontade, de interesse ou desinteresse. Elimine definitivamente da sua vida essa insuportável mania de dizer “não tenho tempo”. Você tem tempo. Você pode. Pode é não querer, o que é muito diferente.
Mascarar a falta de interesse com um "não tenho ou não tive tempo" para ....seja lá o que for...
Quando se quer muito que algo aconteça, sempre se dá um jeito.... é evidente que quando é algo que não agrada muito, lá se invoca a "falta de tempo". O que é uma cobardia! ...estou a trabalhar ...estou muito ocupado/a...não deu tempo....muitas vezes para desculpar a ausência de um simples olá - estás bem? - por telefone ou mensagem, quando se teve tempo para beber um café, ir à casa de banho, fumar um cigarro ou dar dois dedos de conversa com alguém.
A verdade é que só temos tempo para aquilo que queremos ! Para aquilo que nos interessa!
Bardamerda para quem não tem tempo!

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Avós e bisavós - como chegámos aqui?

Actualmente, na Europa, a média de idades para alguém se tornar avô ou avó ronda os 55 anos, o que faz com que a actual geração de netos seja, graças ao aumento da esperança de vida, a primeira a conhecer os quatros avós e muitas vezes também os bisavós, já que 40% das pessoas que morrem com 80 ou mais anos de idade são bisavós.


PARA ALGUÉM NASCER PRECISA DE:

2 Pais

4 Avós

8 bisavós

16 trisavós

32 Tetravós

64 Pentavós

128 Hexavós

256 Heptavós

512 Oitavós

1024 Eneavós

2048 Decavós


Apenas para as 11 últimas gerações, foram necessários 4.094 ANCESTRAIS, durante um período aproximado de 300 anos !


quarta-feira, 14 de abril de 2021

Escravatura branca no século XVII

* OS ESCRAVOS BRANCOS ESQUECIDOS *

Mais de 1 milhão de europeus foram escravizados por traficantes árabes de escravos entre 1530 e 1780, uma época marcada por uma abundante pirataria costeira no Mediterrâneo e Atlântico. 

Embora o número seja pequeno, comparando com o total de escravos africanos negros levados para as Américas ao longo de 400 anos (entre 10 milhões e 12 milhões), o comércio de escravos brancos era bem maior do que sempre se pensou e teve um impacto significativo sobre a população branca da Europa.

Uma das coisas que o público e muitos especialistas tendem a dar como certa é que a escravidão sempre foi de natureza racial, ou seja, que apenas os negros foram escravos, o que não corresponde à realidade -  ser escravizado era uma possibilidade real para qualquer pessoa que viajasse pelo Mediterrâneo ou que habitasse o litoral de países como Itália, França, Espanha ou Portugal, ou até mesmo países mais ao norte, como o Reino Unido e Islândia.


Centenas de milhares de irlandeses (homens, mulheres e crianças) foram escravizados e transportados como animais em navios britânicos com destino às Américas.

Sempre que se revoltavam ou desobedeciam eram punidos da maneira mais severa. Os proprietários de escravos penduravam as suas propriedades humanas pelas mãos e queimavam-lhes as mãos ou os pés como forma de punição - muitos foram queimados vivos e as cabeças colocadas em lanças no mercado como um aviso para os outros escravos.

O rei da Escócia, Jaime VI (rei da Inglaterra a partir de 1603) e o seu filho Carlos I de Inglaterra  fizeram um esforço contínuo para escravizar os irlandeses. Oliver Cromwell, militar e líder político inglês, que comandou a campanha inglesa na Irlanda, foi um dos fiéis seguidores da política de escravização e genocídio do povo  irlandês.

O comércio de escravos irlandês começou quando Jaime VI vendeu 30.000 prisioneiros irlandeses como escravos para o Novo Mundo - na Proclamação de 1625 exigia que os prisioneiros políticos irlandeses fossem enviados para o exterior e vendidos a colonos ingleses nas Índias Ocidentais.

Em meados dos anos 1600, os irlandeses eram os principais escravos vendidos para as ilhas de Antígua e Montserrat - na época, 70% da população de Montserrat eram escravos irlandeses.

A Irlanda tornou-se, na época, a maior fonte de gado humano para os comerciantes ingleses - a maioria dos primeiros escravos do Novo Mundo era, na verdade, de raça branca.

De 1641 a 1652, mais de 500.000 irlandeses foram mortos pelos ingleses e outros 300.000 foram vendidos como escravos, fazendo com que a população da Irlanda caísse de 1.500.000 para 600.000 numa década.

Como os ingleses não permitiam que os pais irlandeses escravizados levassem esposas e filhos, a consequência imediata foi a criação de uma população sem tecto, pobre e desamparada que mendigava pelas ruas A solução encontrada pelos ingleses foi leiloá-los também como escravos. 

Na década de 1650, mais de 250.000 mulheres e crianças irlandesas entre 10 e 14 anos foram  vendidas como escravas para as Índias Ocidentais, Barbados, Virgínia e Nova Inglaterra.

Actualmente evita-se chamar escravos irlandeses, utilizando-se termos como "Servidores contratados” para se descrever aquilo por que passaram os  irlandeses, que nada mais eram do que escravos transportados como gado humano.

Nesse período o  comércio de escravos em África estava no seu início - e os escravos negros, que eram bem mais caros e mais bem tratados que os escravos irlandeses. Em 1685 o preço médio de um escravo negro era de 50 libras e os irlandeses apenas 5 libras - Se um fazendeiro chicoteasse, marcasse ou matasse um escravo irlandês, não era crime, mas a morte de um escrava negro era punida com pesadas multas.

Os esclavagistas ingleses usavam as mulheres irlandesas tanto para seu próprio prazer como para a obtenção de lucros - os filhos das escravas, também escravos, aumentavam a riqueza do seu proprietário.

Como forma de aumentarem a riqueza e o lucro, os colonos ingleses começaram a cruzar mulheres e meninas irlandesas (até os 12 anos) com escravos negros para obterem escravos com uma aparência distinta - os novos escravos “mulatos” conseguiam sempre um preço bastante mais elevado que o gado irlandês.


A prática do cruzamento de fêmeas irlandesas com homens negros foi largamente difundida e manteve-se durante várias décadas, até que foi aprovada uma lei em 1681 que proibia "o acasalamento  de mulheres escravas irlandesas com escravos negros", pois a esta prática prejudicava os lucros das empresas que procediam ao transporte de escravos (a maior empresa era a Royal African Company)

A Inglaterra continuou a enviar dezenas de milhares de escravos irlandeses durante mais de um século - após a Revolução Irlandesa de 1798, milhares de escravos irlandeses foram vendidos para a América e  Austrália, sempre em condições horríveis e sub-humanas.

Em 1839 a Grã-Bretanha parou finalmente de escravizar e transportar irlandeses, ainda que, durante muitos mais anos, o processo tenha continuado nas mãos de piratas que não se submetiam às leis dos países. 

FONTE: Canada Libre Propulsé par WordPress.com.