Afinal, a nossa AR é
mesmo constituída por ratos. Ratos, não. Ratazanas. Daquelas gordas de esgoto.
Barrigas cheias de lixo e excrementos, ninguém as quer por perto, com receio de
contágio de doenças terríveis.
Não temos lá homens
nem mulheres. Temos uma seita de parasitas que, por falta de capacidades
administrativas, embora muitos tenham uma vasta experiência como
administradores da treta, secam tudo à sua volta. Plantação de ervas daninhas
que prolifera, avança, dissemina o seu parasitismo, eliminando, sugando tudo e
todos os que ainda são capazes e produtivos.
Fazem-me lembrar uma
frase que se dizia bastante há uns anos atrás: «Não sei, não quero saber e
tenho raiva de quem sabe.» É isso mesmo. Eles não sabem nem sonham. Não
imaginam o que é viver com um salário mínimo cada vez mais magro. Não sabem o
que é ter que pagar casa, água, electricidade. Não sabem o que é ter que
sustentar filhos com esses míseros salários. Não sabem o que é passar noites
sem dormir porque não se sabe como se vai alimentar as crianças no dia seguinte
ou pagar as contas, ou pedir ao senhorio para adiar mais um bocadinho o
pagamento da renda.
Eles não querem saber
porque não precisam de saber. Gostam de não saber. É-lhes conveniente não
saber.
E claro que sentem
raiva de quem sabe. De quem os pode envergonhar. Esfregar-lhes na cara a sua
ignorância.
Ninguém gosta de ser
confrontado com a falta de conhecimentos.
E os arrogantes e
charlatães ainda gostam menos.
Esganício Escarrapachado